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UMA IGREJA CATÓLICA ANTI-CRISTO

UMA IGREJA CATÓLICA ANTI-CRISTO

Aproveitando esse feriado católico aqui em Belo Horizonte, neste 15 de agosto de 2014, faço a seguinte reflexão: até que ponto uma religião pode corromper a doutrina cristã tornando-se opositora às ideias de Cristo? Partindo dessa pergunta, segue o texto abaixo, dialogando com a realidade vivida no bairro Ouro Preto, onde sou morador a dez anos, e com as homilias proferidas no bairro Carmo-Sion.

Através das palavras de Frei Cláudio, na paróquia Nossa Senhora do Carmo, percebemos as ideias cristãs com muita clareza, com muita propriedade. Fala-se de responsabilidade social e da desalienação das pessoas. Fala-se de um Cristo que combateu a opressão conscientizando o povo. É um discurso coerente com a doutrina do Evangelho e em total harmonia com a linha atual de pensamento do papa Francisco. É a igreja do apóstolo Pedro que se preocupava com os pobres e desassistidos. Dá gosto de ouvir as homilias do Frei Cláudio onde reconhecemos, em cada frase, os mandamentos da fé cristã.

Já no bairro Ouro Preto isso está longe de acontecer. O que nos é mostrado é uma total contradição de um Cristo amigo dos pobres. Na capela Nossa Senhora das Montanhas, a atual direção, referendada pelo Conselho, parece se opor a qualquer proposta humanitária coerente com o pensamento da igreja de Pedro.

Na reunião do Conselho da Capela, dia 03 de junho de 2013, desfilou-se um verdadeiro teatro de horrores. Depois de muito insistirmos em ações sociais que envolvessem diretamente uma ação da Capela, apresentamos uma proposta concreta, de ação por voluntariado, para a criação de um grupo para se discutir os problemas do bairro. A igreja católica, em geral, estimula esse tipo de grupo onde se discute a formação da cidadania. São os grupos de Fé e Política. Surpreendentemente, o padre atual se mostrou contrário a qualquer ação de cunho social no espaço interno da Capela. Ele argumenta que tal iniciativa deve ter a prioridade de ação por uma associação de bairro. Mas Cristo nos deu tarefas que devemos delegar a terceiros? Isso nos coloca a refletir se o padre atual está praticando o que está no evangelho ou não? Ou, pelo menos, isso gera dúvida, incerteza.

Uma outra proposta de ação, para combater o analfabetismo, foi recusada, no mês anterior, na reunião de 06 de maio de 2013, quando fiz essa reflexão: saindo de mais uma reunião do conselho da Capela Nossa Senhora das Montanhas, o meu semblante é só decepção. O discurso do padre é o mesmo do final de março e é um discurso pela espera de algo que nunca vem. É um severo teste de paciência. O que foi afirmado é que a associação do bairro deve promover o social e, apenas se ao final de um prazo que nunca vem, nada for feito, é que se pensará em algo feito pela Capela. Mas nada disso tem prazo e tudo sempre fica ao sabor do tempo pelo próprio tempo. Não há compromisso. Não há cristianismo aqui.

Vivemos em um tempo de instituições desgastadas na qual se inclui minha igreja católica que nem mais escrevo em maiúsculas. O padre daqui falou que a instrução da diocese é APOIAR AÇÕES SOCIAIS MAS NÃO NECESSARIAMENTE FAZÊ-LAS. Diante disso vejo uma igreja distante do valor cristão que tanto prezo e que abandona a comunidade a terceiros. Mas afinal o que é ser cristão para estas pessoas? As perguntas se avolumam, os anos passam e nada é feito. Vejo um povo explorado e alienado. Vejo boas ferramentas abandonadas, negligenciadas na prateleira ao invés de cumprir seu dever cristão de apelo social. Quanto desperdício de tempo e dinheiro. Quanto esforço para nada. Será que os versos da canção Podre Poderes, de Caetano Veloso, ainda soam atuais por aqui?

 

Será que nunca faremos senão confirmar, a incompetência da América católica, que sempre precisará de ridículos tiranos?

 

Percebe-se, de forma inequívoca, uma comunidade carente e refém de uma religião católica que se coloca de forma solidária apenas no discurso mas que, nas atitudes, se mostra vil traidora dos princípios cristãos. A lamentável posição relatada acima é acompanhada pelo Conselho que, submisso e alienado, acompanha o voto do padre. E está tudo registrado em ata. Esse conjunto de ações contribui para a continuidade da grave situação social da população carente da comunidade, reféns da violência, das ações dos politiqueiros de plantão, das drogas e demais mazelas que circundam uma região de periferia.

Para quem acha isso tudo exagero ou algo inventado é simples e fácil de verificar. Basta solicitar as atas das reuniões do Conselho nas datas de maio e junho de 2013.

Importante ainda lembrar que nestes últimos anos a Capela não atuou em nenhuma ação social relevante no bairro Ouro Preto. É uma religião católica que parece estar muito distante das ideias de Cristo. Diante desse cenário anti-povo tivemos de alugar um espaço, à rua Nízio Torres 105, para promover ações sociais como alfabetização de adultos, doação de roupas e aulas de música para as crianças, de graça, e fora do espaço da igreja católica local. As atividades principais ocorrem ás terças e quintas, de 09hs às 17hs, com alguma programação às sextas e sábados.

 

Se quiserem comentar, envie-nos um e-mail em CONTATOS. Um forte abraço a todos!

Saúde e paz!